O problema causado por uma lesão progressiva no nervo óptico não tem cura, mas, sim, tratamento; conheça as orientações do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
Nesta quarta-feira (26), comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, doença ocular causada por uma lesão progressiva no nervo óptico. A prevenção dessa enfermidade é alvo de discussão nesta data, mas deve ocorrer diariamente, por meio de visitas regulares ao oftalmologista.
Isso evita a mais temida das consequências: a perda da visão. Normalmente, essa perda ocorre de maneira lenta e pode até passar despercebida. Daí a importância de adultos maiores de 40 anos — os mais atingidos pelo glaucoma — ficarem atentos aos possíveis sintomas, embora a enfermidade também afete crianças e jovens.
O que é o glaucoma?
Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), só no Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas sofrem dessa doença. Além disso, estima-se que de 1 a 2% da população mundial tenha glaucoma, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Trata-se de uma questão crônica e sem cura, mas que pode ser controlada na maioria dos casos. Ocorre quando a pressão elevada no interior do olho, normalmente no decorrer de alguns anos, danifica as fibras nervosas do nervo óptico.
Esse aumento de pressão acontece em decorrência da diminuição no escoamento do líquido do olho, chamado humor aquoso, criando acúmulo de líquido dentro do próprio globo ocular.
De acordo com o Manual MSD de doenças, os canais de drenagem do olho ficam bloqueados e o líquido não consegue sair, mas continua sendo produzido. Sem ter para onde escoar, a pressão do olho aumenta, danificando o nervo óptico.
Algumas vezes a pressão aumenta dentro do que é considerado normal, mas não deixa de ser alta demais para que o nervo não mais suporte a situação. Nesses casos, o que ocorre é um glaucoma de baixa pressão ou glaucoma de pressão normal.
Existem várias classificações quando se trata dessa doença, mas, na maior parte das vezes, a causa é desconhecida e, nesse caso, o problema é chamado de glaucoma primário. Já quando a origem é conhecida, trata-se de um glaucoma secundário. Entre os motivos mais comuns para a lesão estão outras perturbações oculares como inflamações, tumores, cataratas e uso de corticoides.
Sintomas
Os sintomas variam muito de acordo com o tipo de glaucoma, mas os incômodos que geralmente precedem a perda de visão são: dor ocular e de cabeça intensas; olho avermelhado; visão enevoada, dificuldade de enxergar e visualizar halos coloridos em volta da luz.
Vale lembrar, entretanto, que a visão central é normalmente a última a ser perdida. Antes disso, muitas pessoas desenvolvem visão de túnel, ou seja, enxergam perfeitamente o que está à sua frente, mas ficam sem ver em todas as outras direções.
Diagnóstico e tratamento
Quanto mais precoce o diagnóstico mais fácil evitar a perda de visão, de acordo com o manual da SBG. Se o médico suspeitar de glaucoma, após um exame de rotina da avaliação ocular, ele fará uma avaliação completa específica para a enfermidade.
O exame oftalmológico é cuidadoso e o especialista mede primeiro a pressão intraocular e avalia o nervo óptico. Ele, então, solicita um teste de campo visual, faz uma gonioscopia para avaliar a drenagem do humor aquoso e também pode medir as córneas do paciente.
Uma vez confirmado, o tratamento para o glaucoma se alonga por toda a vida. O foco é controlar a pressão ocular, ao aumentar a drenagem do líquido para fora do olho ou reduzir a quantidade desse líquido. Para tal, existem alguns medicamentos, normalmente na forma de colírios, mas em alguns casos, pode-se recorrer a laser ou cirurgia.
Prevenção
É importante realizar check ups com frequência, ficar atento ao controle da pressão ocular e não usar colírios sem orientação médica. Ter uma rotina de exercícios de algumas modalidades pode alterar a pressão dos olhos, por isso, é importante informar o médico sobre suas atividades e ver se elas não podem afetar negativamente um possível glaucoma.
Atividades aeróbicas, como caminhada, também podem ajudar no controle da pressão intraocular, mas o mais importante é o acompanhamento médico. “Precisamos disseminar entre os pacientes o hábito de realizar uma visita ao oftalmologista, ao menos uma vez ao ano, a fim de efetuar a avaliação de rotina”, afirma Cristiano Caixeta Umbelino, vice-presidente do CBO, em comunicado.
O CBO criou um site com informações, dicas e vídeos sobre glaucoma, com base em orientações de especialistas da área. Também há depoimentos de celebridades como Tony Ramos, Stênio Garcia e Carlinhos Brown, que reiteram a importância de cuidar dos olhos. Acesse o site “24 horas pelo glaucoma”.
O canal do CBO no Youtube também inclui vários vídeos informativos para entender mais sobre o problema ocular, incluindo debates realizados pela iniciativa de prevenção ao glaucoma.
Fonte: Revista Galileu